sábado, 28 de agosto de 2010

Passagem das Horas (de Pessoa)

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
[...] E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.
[...] Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
[...] Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei
[...] Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
[...] Vi todas as coisas, e maravilhei-me de tudo,
[...] Vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos,
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
Amei e odiei como toda gente,
Mas para toda a gente isso foi normal e instintivo,
E para mim foi sempre a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.
[...] Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
[...] Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
Seja uma flor ou uma idéia abstrata,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.

[...] Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me,

[...] Passa tudo, todas as coisas num desfile por mim dentro,
[...] Meu coração banco de jardim público, hospedaria,
[...] Ó fome abstrata das coisas, cio impotente dos momentos,
Orgia intelectual de sentir a vida!

[...] Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus.

Eu, enfim, que sou um diálogo continuo,
[...] Eu, enfim, literalmente eu,
E eu metaforicamente também,
Eu, o poeta sensacionista, enviado do Acaso
[...] Sem personalidade com valor declarado,
Eu, o investigador solene das coisas fúteis,
Que era capaz de ir viver na Sibéria só por embirrar com isso,
E que acho que não faz mal não ligar importância à pátria
Porque não tenho raiz, como uma árvore, e portanto não tenho raiz
Eu, que tantas vezes me sinto tão real como uma metáfora,

[...] Eu, o que eles não sabem de si próprios,
[...] Eu, tudo isto, e além disto o resto do mundo...
[...] Eu... A impossibilidade de exprimir todos os sentimentos,
[...] Fui educado pela Imaginação,
Viajei pela mão dela sempre,
[...] Toda a energia é a mesma e toda a natureza é o mesmo...
A seiva da seiva das árvores é a mesma energia
[...] A mesma seiva vos enche, a mesma seiva vos torna,
A mesma coisa sois, e o resto é por fora e falso [...]

(Fernando Pessoa -> Álvaro de Campos)
(versão resumida por mim)

Fique consciente da sua solitude

Fique consciente da sua solitude

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um pouco de Osho

Fico só falando em Pessoa e em Foucault, mas o primeiro cara que eu li foi Osho, na adolescência. Foi muito importante para mim. Os orientais são incríveis - principalmente os indianos. Osho é indiano. 99% da população é vegetariana - isso já diz muito, sem dúvida!!!


O livro dele, "Vida, amor e riso", foi um dos melhores que já li.


Abaixo, um texto retirado de: http://www.oshobrasil.com.br/

em "Textos".


Boa leitura!


***


Nos anos 70, Osho recebia, em encontros mais íntimos, denominados Darshans, grupos de buscadores num pequeno auditório, no Lao Tzu House, em Puna. Nesses Darshans, Osho respondia perguntas e dava toques sobre questões do dia-a-dia.

Os comentários do Osho, abaixo, foram extraídos de um mesmo Diário de Darshans. São trechos de Darshans ocorridos em dias diferentes. Nesses dois trechos, Osho nos fala a respeito de relacionamentos amorosos, de apegos, de ciúmes, etc.

Pratima é uma pessoa muito querida. Ela ajuda nos trabalhos dos Darshans diários.

Ela tem uma história longa e cheia de altos e baixos em sua vida amorosa.

OSHO: Alo, Pratima! Venha cá. Conte-me a sua história.

PRATIMA: Eu acho que cheguei a um ponto em que parei de ficar sempre voltada para o lado de fora e comecei a fazer alguma coisa realmente para mim. Parei de ficar tentando mudar todo o mundo exterior só para me manter confortável. Eu sinto que chegou o momento em que eu devo ir para dentro de mim e me sentir confortável comigo e não mais tentar fazer com que as outras pessoas...

OSHO: Isso é um grande insight! Mm?

PRATIMA: ...me façam feliz ou ...

OSHO: Isso é um grande insight!

PRATIMA (em lágrimas): Não há luz dentro de mim!

Mm, mm! Osho murmura e pede a Pratima que levante seus braços e mãos e deixe que a energia flua. Ela chacoalha todo o corpo. Seus dentes começam a bater vigorosamente....

OSHO: Você chegou a um grande insight. Agora, mantenha isso. Não se esqueça disso no momento em que você sair do Lao Tzu House, mm?

PRATIMA: Se eu simplesmente seguir a mim mesma e ficar de pé e levantar as mãos para o ar, então tudo fica bem e isso é alguma coisa...

OSHO: Mm, mm.

PRATIMA: Eu só fico pensando se existe alguma coisa que eu possa fazer para ajudar...

OSHO: Só uma coisa: não se esqueça desse insight. Simplesmente lembre-se, e pronto. Isso é um fenômeno muito simples desde que você possa se lembrar de que na vida, nenhuma outra pessoa pode fazer você feliz ou confortável ou qualquer coisa - isso não é possível. Esse presente só pode ser dado por você a si mesma, ninguém mais pode dar isso a você. E porque as pessoas seguem mendigando esse presente dos outros, elas sofrem, sofrem...

E os outros não estão na verdade lhe fazendo mal algum. Eles não podem lhe dar e você não pode receber. Essa não é a maneira como se consegue esse presente. Você segue mendigando e eles seguem fingindo que eles irão lhe dar. Eles não podem dar e você não pode ganhar. Daí, surge a frustração, a raiva, a violência, a loucura, essas coisas...Então você começa a mendigar de novo em outro lugar, de alguma outra pessoa, mas você estará fazendo a mesma coisa de novo.

Novamente a mesma coisa vai se repetir. É a mesma história montada em diferentes estágios com pessoas diferentes...mas é a mesma história, nem uma vírgula é diferente. De novo você terá a mesma ilusão, que esse homem, Siddesh (que mora com Pratima) não deu certo, mas agora o Yatri (que trabalha com a Pratima) dará a você a felicidade, agora o homem certo apareceu.

Se você quiser ter um aprendizado nessa ilusão, pode fazer da Divya a sua mestra. Toda semana ela encontra um homem e me escreve uma carta: ' Osho, desta vez eu encontrei o homem de verdade! (risos) Incrível! Isso nunca aconteceu antes e agora está acontecendo'.

Ela se esquece de que ela me escreve toda semana e toda semana é um homem diferente. De novo, dentro de três, quatro dias, ele se vai e então ela se esquece daquele homem, daquele incrível homem. De novo isso acontecerá e nunca aconteceu igual antes, e desta vez ela vai querer permanecer com esse homem para sempre, para sempre... e ela se esquece. O milagre é ela se esquecer de que essa é a mesma carta que ela escreve uma vez, duas vezes, toda semana. Você pode pedir a ela, se você quiser criar essa ilusão. Então, ela será a mestra, Divya.

Pratima entre um soluço e um riso, balança a cabeça e diz, 'não, eu não quero isso'.

OSHO: Então abandone isso e simplesmente lembre-se: não peça a felicidade a ninguém. Ninguém pode dá-la a você. Somente você é capaz de dar esse presente a si mesma. É um presente seu.

Assim, dê esse presente a si mesma e seja feliz! Eu não estou lhe dizendo para não se relacionar com as pessoas, mas quando você está feliz, você se relaciona numa dimensão totalmente diferente, você se relaciona com felicidade. Agora você está se relacionando com infelicidade, você se relaciona como um mendigo. Comece a se relacionar como um imperador ou uma imperatriz, você não estará buscando nada em outra pessoa, você estará compartilhando.

Quando o amor não é uma busca, não é uma necessidade, mas um compartilhar, ele tem uma tremenda beleza. Aí, ninguém estará preocupado se ele vai ou não durar para sempre. Se ele acontecer apenas por este momento, já será ótimo, a pessoa compartilha. Se amanhã você se encontrar de novo com esse homem e ele estiver pronto para se encontrar com você, você compartilha novamente, caso contrário, dê um tchau. Agradeça a ele porque houve um momento em que você compartilhou e foi um momento feliz e você não quer fazer disso uma coisa permanente.

A idéia de fazer alguma coisa permanente surge apenas porque você está movida pela necessidade. Você está com medo, esse homem deu felicidade a você e amanhã, se ele disser não, você ficará de novo infeliz. Assim, você procura dar um jeito para que amanhã ele não possa escapar. Tranque a porta! Mas uma vez que a porta esteja trancada, aquela energia não estará mais presente, nem mesmo neste exato momento, porque o amor acontece apenas em liberdade.

Uma vez que a porta esteja trancada, uma vez que o homem comece a sentir que ele foi pego, uma vez que a mulher começar a sentir que ela foi pega, está tudo acabado. Pode levar anos para que eles reconheçam o fato, mas tudo já se acabou agora. Se você for muito estúpida, levará muitos anos para você reconhecer; se você for inteligente, uns poucos meses; se você for muito, muito inteligente, uns poucos dias. Se você estiver alerta neste exato momento, você será capaz de ver que você matou a relação. A criança não está mais viva, ela agora é um cadáver, porque você tentou possuí-la.

E por que a pessoa quer possuir? Porque você pensa: 'Esse homem me supriu com felicidade hoje. Quem vai me suprir amanhã?' No momento em que você reconhecer que esse homem não fez coisa alguma, você terá dado um presente a si mesma. Algumas vezes você pode dar a felicidade a si mesma, estando junto com alguém, outras vezes você pode dá-la quando estiver só. Mas ninguém está dando algo para você. É somente você dando algo para si mesma.

Algumas vezes nós damos indiretamente: nós damos o presente para a pessoa e então ela dá de volta para você. Ele dá um presente para você, mas que, na verdade, é para ele mesmo, e você devolve para ele. É através do outro, mas ele é o seu presente que você deu a si mesma.

Uma vez que isso seja entendido, você não precisa percorrer estradas longínquas, siga um roteiro curto. Você pode simplesmente dar o presente de uma mão para a outra e você estará tão feliz como se fosse dado por uma outra pessoa. Sozinha, você será feliz.

Então, basta lembrar-se desse insight e nada mais precisa ser feito. Na próxima vez, quando você começar a criar ilusões de novo, lembre-se da Divya... e relaxe! Eu não estou lhe dizendo para se tornar uma freira, eu não estou dizendo isso. Eu estou lhe dizendo para se tornar um indivíduo, não uma freira. Torne-se um indivíduo. Ame por alegria, não por necessidade. Ame não como um mendigo, ame porque você tem muito e você gostaria de compartilhar com alguém. Não tente prender ninguém e não tente se apegar, senão isso acontecerá de novo e de novo. Então você terá muitos amores em sua vida e muitos namorados.

Algumas vezes, uma tal pessoa individual, uma tal pessoa livre, que é capaz de dar felicidade a si mesma, tal pessoa pode amar uma mesma pessoa por muitos anos, mas cada vez é um novo encontro amoroso, porque ela não conecta isso ao tempo, ela não pensa no amanhã. O hoje se encerra hoje. Uma tal pessoa vai para a cama e põe um fim nesse mundo, esse mundo do hoje. Amanhã pela manhã ela se levantará novamente em um outro mundo. Ainda que a pessoa seja a mesma, para um tal indivíduo ela não será a mesma. Assim, talvez a pessoa seja a mesma, ou talvez não seja, isso não fará qualquer diferença: o homem que é feliz seguirá amando, a mulher que é feliz seguirá amando.

E nada peça em nome do amor. É bom que a pessoa ame... Amando, a pessoa é feliz. Agradeça ao outro por ele ter aceito o seu amor, agradeça ao outro por ele ter dançado com você por um momento, cantado com você por um momento e ponto final. Não precisa prolongar isso. Não é preciso dizer: 'E o amanhã? E o depois de amanhã?'

Não traga o futuro, permaneça livre. Deixe que o amanhã traga os seus próprios brinquedos. Por que fazer do amanhã uma repetição do dia de hoje? Quem sabe? Melhores brinquedos estarão esperando por você amanhã.

Esteja excitada com o futuro, mas sem qualquer expectativa... sem qualquer esperança, sem qualquer cobrança, simplesmente uma excitação. O novo irá acontecer, o novo está pronto para acontecer.

Muito bem... O insight é bom, mas meu receio é: você será capaz de mantê-lo? Esse é o problema. Tente mantê-lo. Sempre que você começar a escorregar, você pode simplesmente pedir por um Darshan silencioso, mm? E sentar-se aqui. No momento em que você me vir, você se lembrará.Mm? Muito bem!"

OSHO - Far Beyond the Stars - a Darshan Diary - Friday July 22nd

tradução: Sw.Bodhi Champak

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Homenagem à Lígia!

Vem sentar-te comigo Lídia

Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.

Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e nao estamos de maos enlaçadas.
(Enlacemos as maos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e nao fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as maos, porque nao vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixoes que levantam a voz,
Nem invejas que dao movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagaos inocentes da decadencia.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as maos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.


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Esse é um poema de Fernando Pessoa, ou melhor, Ricardo Reis (um dos heterônimos de Pessoa). Ele fala de coisas calmas, não quer grandes emoções, sentimentos. Quer observar a vida passando, calmamente.

Esse poema tem uma história muito forte para mim. Nele, há alguém que conversa com Lídia, dizendo a ela para viver ao lado dele, em paz, sem apego. E diz que, vivendo assim, independente de quem morrer antes, não fará o outro sofrer.

Por que o poema tem uma história forte para mim? Por que o dei de presente a uma amiga, dizendo: "esse poema me faz lembrar de você, por ter um nome semelhante nele". Não sabia eu que, alguns meses depois, tal amiga, chamada Lígia, partiria, levando, antes de mim, o óbulo ao barqueiro sombrio.

Pessoa disse que, tendo vivido como vivemos, "
Eu nada terei [ou nada teria] que sofrer ao lembrar-me de ti". Mas, Lígia, já faz um ano, e eu sofro, eu ainda sofro.

TE AMO PARA SEMPRE, Amiga!


Jeice Campregher



domingo, 8 de agosto de 2010

O perigo de uma única história

Ando sem muito tempo para escrever (por enquanto). Mas não deixarei de trazer coisas nerds, ou problematizadoras, ou qualquer coisa do tipo. Esse vídeo fala do perigo de haver uma só história sobre pessoas, sobre países, sobre cidades, sobre fatos, enfim, como uma só história sendo contada e recontada ajuda a formar a visão (uma única visão) sobre as coisas. Ficou muito boa a fala dela! Emocionante e impactante. Analistas do discurso não gostam de uma única história.


http://www.ted.com/talks/lang/por_br/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Filme: O último mestre do ar

Quem não assistiu o desenho "avatar: a lenda de aang" per-de-eu!!! Era muito bom aquilo (adoro desenhos). Acho que existe um jogo também.

E, para a minha surpresa, virou filme e, por agosto, será lançado! O título é "O último mestre do ar". Acho que tiveram que tirar "Avatar" do título, por conta do outro filme. Ambos místicos. O que quase não gosto.

Abaixo alguns links com trailer e entrevista com um dos autores (um deles fez um outro filme ótimo "Quem quer ser um milhonário" - filme indiano, lembram?).

http://events.br.msn.com/o-ultimo-mestre-do-ar

http://www.youtube.com/watch?v=Ps_IZCeVMdw

http://events.br.msn.com/o-ultimo-mestre-do-ar

http://www.youtube.com/watch?v=G4H2ASR4h9U&feature=player_embedded (Sokka engraçado!!!!!)

Mais informações: http://pt.wikipedia.org/wiki/Avatar:_The_Last_Airbender

Tomara que o Sokka, irmão da Katara, seja tão sarcástico/engraçado como no desenho. Eu dava muita risada com ele!!!!

Abraço! Jeice