terça-feira, 30 de novembro de 2010
Barba, Amigo Secreto e Homofobia
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Mark Ruffalo e documentário Gasland
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Veiga-Neto e a avaliação na academia
domingo, 7 de novembro de 2010
Afinal (poema perfeito de Pessoa)
Pego apenas as partes que fazem sentido para mim...
Os recortes são sinalizados pelo símbolo -> [...]
Poema simplesmente perfeito!
Resumiria ele em uma frase: quanto menos me apegar numa ideia de "eu", numa casta, numa forma, mais livre eu sou para ser tudo, para ser do jeito que bem entender, para me sentir parte dessa existência: dinâmica e mutante.
Afinal, qualquer coisa aparentemente estável é apenas um "acordo de sentidos", como diria Campos no poema abaixo.
Façam bom proveito de mais uma obra de arte desse grande escritor intitulada "Afinal".
***
Afinal
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.
Quanto mais eu sinta,
Quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidade eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.
Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,
Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,
E fora d'Ele há só Ele, e Tudo para Ele é pouco.
Cada alma é uma escada para Deus,
Cada alma é um corredor-Universo para Deus [...]
Sou um monte confuso de forças cheias de infinito
Tendendo em todas as direções para todos os lados do espaço,
A Vida, essa coisa enorme, é que prende tudo e tudo une
E faz com que todas as forças que raivam dentro de mim
Não passem de mim, nem quebrem meu ser, não partam meu corpo [...]
Tudo o que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo [...]
Sou uma chama ascendendo, mas ascendo para baixo e para cima,
Ascendo para todos os lados ao mesmo tempo, sou um globo
De chamas explosivas buscando Deus e queimando
A crosta dos meus sentidos, o muro da minha lógica,
A minha inteligência limitadora e gelada [...]
Dentro de mim estão presos e atados ao chao
Todos os movimentos que compõem o universo,
A fúria minuciosa e dos átomos,
A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos,
A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam [...]
Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio
De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh'alma [...]
Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Responsabilidade da/na ação
Nós nos fazemos em ato (por mim)
Jeice Campregher